quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Sushi-Bar 24 hs

Ela quase passou batido pelo sushi-bar. Então o neon-azul lembrou-a da fome que sentia.
Andava arrastando os pés, as pernas afastadas, as mãos tão enfiadas nos bolsos da jaqueta de couro que parecia estar se preparando pra ser atacada.
Sentou no balcão e viu pedaços de salmão rosado passarem a sua frente. De repente não estava mais com tanta fome.
Ela escaneou o ambiente e viu ele. Tinha cílios longos, que quase tocavam sua bochecha, os ombros estreitos e cabelo que seria encaracolado se não estivesse tão curto.
Viu ela observando e sorriu. Se levantou e sua figura tinha uma graça estudada. Ele quase não tinha indicio de barba.
-Algum problema com seu sushi?
-Você trabalha aqui?
-Só curiosidade. Meu nome é Kevin, por falar nisso.
Ele ofereceu a mão pra ser apertada, tinha dedos longos, unhas curtas e bem cuidadas e uma veia saltada nas costas da mão.
-Kevin? Você está falando sério?
-Talvez.
-Ana Luísa.
Ele olhou pra ela, espantado.
-Sério?
-Quem sabe?
Ela resolveu comer afinal. Lula, que tinha gosto de frango.
-Então Kevin, não está meio tarde pra você estar acordado?
-Mas baby, gatos são criaturas noturnas.
Ele era quase asqueroso. Se não fosse completamente charmoso.
-E quantos anos você tem mesmo?
-18.
Ela olhou com incredulidade.
-Okay, 16. Droga, se essa barba crescesse de uma vez.
-Eu acho que não ajudaria muito, Kev.
Ela tirou o casaco, revelando uma tatuagem (ou seria uma cicatriz?), no ombro esquerdo. Colocou o casaco no colo dele.
-Ah, eu já entendi.
-O que?
-Você, com essa história de ficar se despindo. Não é muito sutil, sabia?
-Talvez eu esteja com calor.
-Talvez você queira me seduzir.
-Não é um hábito meu tentar seduzir garotos adolescente na madrugada.
-Garotas, então?
Ela sorriu genuinamente.
-Você é o pior.
-E ainda assim você continua conversando comigo.
-Foi você que veio até aqui.
Ela apoiou os cotovelos na mesa, afundou o pescoço e sentou com as pernas abertas, como se fosse um cowboy.
-Mas Ana, você estava praticamente gritando meu nome com os olhos.
-Eu ainda nem sabia seu nome, Kev. Ainda acho que não sei.
Ela levantou e pareceu que ia sair. Passou perto dele e sussurrou.
-Eu quero ouvir você gritar meu nome.
Saiu do restaurante sem pagar a conta.
Ele teve que segui-la. Pra devolver o casaco. Você sabe.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sing(c)el(r)o

-Gosh, this boy. Depois que foi feito, quebraram o molde.
Falou sem emoção.
-Ah, você acha isso? E porque não fala pra ele?
Os joelhos das duas se tocavam levemente. Deu de ombros.
-Pra que? Que bem faria?
-Sei lá. Talvez... sei lá.
Começou a brincar com as pontas da pulseira, já desbotada, do Senhor do Bonfim. Três desejos.
-Será que ele usa protetor solar?
-Quando vai pra praia?
-Não, não, assim, todo dia.
Piscou duas vezes, lentamente.
-Vai saber.
O barulho das bolas sendo chutadas, socadas e estapeadas era amplificado pelo teto alto.
-Eu acho as pintas dele bonitas.
-As o quê?
-As pintas. Do pescoço.
-É verdade.
Ele parou no meio da quadra, de costas para as duas. Pôs as mãos na cintura, como se seus rins incomodassem e girou o tronco.
Localizou as meninas, sorriu e acenou. Ela acenaram de volta. Saiu correndo.
-Posso te contar um segredo?
Pôs a mão na frente da boca, mas não diminuiu o volume da voz.
-Hum?
-Eu acho que ele sabe.


I think that he knows, I think that he knows.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Swear to Blog!

Música mais bonitinha do filme lindo que todo mundo no mundo tem que ver. Ai, que final perfeito. E eu aqui, já querendo assistir de novo.



Letra (de ouvido, porque essa versão é diferente da original):

Paulie: Ready?
Juno: Yeah.
Paulie: You´re a part time lover and a full time friend
The monkey on your back is the lateast trend
I don´t see what anyone can see in anyone else,
But you
Juno: Here is the church, and here is the steeple
We sure are cute for two ugly people
I don´t see what anyone can see in anyone else,
But you
Paulie: We both have shinny happy fits of rage,
I want more fans, you want more stage
I don´t see what anyone can see in anyone else,
But you
Juno: You´re always trying to keep it real
And I´m love with how you feel
I don´t see what anyone can see in anyone else,
But you
Paulie: I kiss you on the brain, in the shadow of a train
I kiss you all staryeyed, my body swing from side to side
I don´t see what anyone can see in anyone else,
But you
Juno: The peebles forgive me, the trees forgive me
So why can´t you forgive me?
I don´t see what anyone can see in anyone else,
But you
Paulie: Dup, durorup, durorup, durorup
Juno: Dup, durorup, durorup, durorup
Paulie e Juno: Dup, durorup, durorup, durorup
I don´t see what anyone can see in anyone else,
But you