quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sing(c)el(r)o

-Gosh, this boy. Depois que foi feito, quebraram o molde.
Falou sem emoção.
-Ah, você acha isso? E porque não fala pra ele?
Os joelhos das duas se tocavam levemente. Deu de ombros.
-Pra que? Que bem faria?
-Sei lá. Talvez... sei lá.
Começou a brincar com as pontas da pulseira, já desbotada, do Senhor do Bonfim. Três desejos.
-Será que ele usa protetor solar?
-Quando vai pra praia?
-Não, não, assim, todo dia.
Piscou duas vezes, lentamente.
-Vai saber.
O barulho das bolas sendo chutadas, socadas e estapeadas era amplificado pelo teto alto.
-Eu acho as pintas dele bonitas.
-As o quê?
-As pintas. Do pescoço.
-É verdade.
Ele parou no meio da quadra, de costas para as duas. Pôs as mãos na cintura, como se seus rins incomodassem e girou o tronco.
Localizou as meninas, sorriu e acenou. Ela acenaram de volta. Saiu correndo.
-Posso te contar um segredo?
Pôs a mão na frente da boca, mas não diminuiu o volume da voz.
-Hum?
-Eu acho que ele sabe.


I think that he knows, I think that he knows.

4 comentários:

Renata disse...

Nossa, dá uma vontade de responder: "Ele sabe? Mas que meeerda!"

Era essa imagem que vc queria passar?

la texana disse...

ah, pode ser uma coisa boa tambem. porque ele sorri pra elas e tal. mas na minha cabeça ele gosta da amiga da que gosta dele, mas a amiga nem tá interessada. é, bem sétima série.

Unknown disse...

Bem sétima série, mas tipo, bom.
E eu não tive a mesma impressão da renata não. acho que a menina achava bom ele saber e tals.

Flávio A disse...

clap clap clap
gostei!!!