"Lear. Personagem do Shakespeare. Ao contrário das crenças populares, o cara precisa de frustração e traição. Se não você não tem permanência. Não consegue fazer um papel principal durante cinco atos inteiros. Não consegue fazer duas montagens num dia só. Não consegue fazer um personagem arquear assim do Ponto A até o Ponto G. Não consegue atravessar o clímax, criar uma linha dramática convincente... e tal. Cê tá sacando? A pessoa tem que se ferrar. Tem que apanhar um pouco da vida, rodar por aí. Assim tem uma ferramenta pra usar, saca? Dói pra cacete. Beleza. Chateia. Você não sabe se tá numa de continuar nessa. Mas isso abre caminho pro que chamam normalmente de res -so-nân-cia emotiva. Uma ressonância emotiva impossibilita o povo de tirar os olhos de você, quando você tá no palco. Já se virou num filme bom e viu as caras? Bem intensas."
Parafraseado de Tópicos Especiais em Física das Calamidades, por Marisha Pessl, e possivelmente a razão de porque eu sou tão masoquista, mesmo quando não há uma razão boa o suficiente para sofrer.
"Haven´t you heard? I´m the crazy bitch around here." Blair Waldorf, Queen (B) of the entire Universe (e uma das muitas razões de pq minha semana passada foi mais que divertida)
E por fim, vamos celebrar o amor imortal entre Glinda e Elphaba (a finalidade desse post é demonstrar minha vida, ahem, cultural, nessas últimas duas semanas, enjoy):
Eu sou uma pessoa sensível. Eu choro vendo filmes, lendo livros, ouvindo músicas e eu fico toda quente por dentro quando me contam histórias de amor, de amizade e de famílias fantásticas. Eu também sou realista, eu consigo me afastar quando eu paro pra pensar sobre guerras e revoluções e outros momentos históricos. Quer dizer, eu consigo, sem grande esforço ver que a tentativa nazista e Hitler tinham lógica, quando pensado de uma maneira nacionalista, e Getúlio Vargas é pra mim um dos estadistas mais brilhantes que o país já teve. Isso não quer dizer que eu seja nazista ou getulista, e não quer dizer que eu não veja todos os grandes erros morais que envolvem esses tipos de histórias. Mas a verdade é que foram riscos tomados com certas intenções, que tinham um propósito bem definido por trás. Certos sacrifícios devem ser feitos para certos resultados serem apresentados. Essa é a história humana desde o princípio, com exemplos como a inquisição, a escravatura de hebreus por egípcios e toda aquela bagunça que eram as civilizações americanas pré-colombianas. Eu não concordo, mas eu entendo. Então quando eu decidi escrever alguma coisa sobre os cientistas que construíram a bomba atômica, um textinho desses meus, eu pensei que eu não teria problemas. Eu consigo racionalizar sobre essas coisas, certo? Eu consigo me distanciar emocionalmente o suficiente, não? Mas o negocio é, eu não consigo. A frase do titulo é supostamente do Oppenheimer, depois que ele viu os primeiros testes da bomba atômica em Los Alamos, e foi ela que me deu inspiração, porque eu achei devastadoramente apropriada. Meu plano era o seguinte, dar uma estudada no assunto, descobrir quem eram os caras mais importantes do projeto e depois passar uns dias remoendo tudo pra ver se saia alguma coisa legal e quem sabe relevante. Mas não rola, eu fui ver um documento intitulado Atomic Bomb Timeline e o primeiro nome é Issac Newton. Só nisso algum sinal de alerta começou a soar no meu corpo. Newton? Sério? Faz sentido, mas ver o nome dele misturado no negócio foi chocante. Algumas linhas pra baixo e vem Einsten, e sim, eu sabia que o Einstein estava envolvido, mas ali o que é citado é a gloriosa e genial teoria da relatividade e parece que meu chão desaparece. Continuo lendo uma ou outra coisa mas eu tenho que parar porque eu estou fisicamente passando mal. Foda-se a imparcialidade. Eu não perdoo, havia escolha e nada justifica uma arma dessa, uma chacina dessa. Eu acredito que por mais feia que seja, a guerra pode ser gloriosa, mas não nesses termos, não dessa forma tão covarde. Eu teria enlouquecido se estivesse envolvida, eu teria enlouquecido se fosse a garçonete que servia café no diner em que eles almoçavam. Como eles sobreviveram tendo martelado os rebites da bomba é inexplicável pra mim. Alguém deveria ter parado, alguém deveria ter tido bom senso e sabotado o negócio todo, tantas coisas difíceis são necessárias que facilmente alguma deveria ter errado. E não deu, por duas vezes não deu. E eu não perdoo. Alguma coisa dentro de mim quebrou. Pra sempre. A humanidade é feia e eu questiono a validade dela no mundo. Eu costumava achar que a gente era humano pra experimentar todos os sentimentos com nuances que a outros seres não são permitidos. Amar, e brigar também. Ler livros e ver filmes e pintar quadros, essas deveriam ser as maiores realizações que alguém poderia aspirar, porque isso que é único na nossa espécie. Não matar quem vier pela frente porque sim, isso qualquer coisa é capaz de fazer. Isso é ser irracional. Eu não sou pacifista, eu acredito que você deve por a defesa de seu grupo acima de tudo, mas não ás custas de tudo. Mas é como o colega do Oppenheimer sussurrou no seu ouvido aquele dia, agora somos todos filhos da puta.
Ele te olha zombeteiro e é realmente irritante porque ninguém deveria poder ter esse olhar a não ser você, mas ele o utiliza com maestria e não importa o porque, mas te impressiona. Você empurra os óculos da ponta do nariz, pressiona o fim da caneta e vai embora.
Alguma coisa a irritou. Provavelmente você. Isso é bom. Quer dizer que ela reconhece que você também está jogando. O que não é tão bom é que ela começa a escrever naquele maldito caderninho vermelho. Ela sempre faz isso quando algo/alguém atrapalha sua visão, ele já notou. Que ele saiba ninguém leu o que está escrito. O que ele não daria pra ver uma página sequer...
Uma vez ele perguntou: "E o que é isso? Um diário?" "Eu pareço o tipo de garota que teria um diário?" "Acho que não conheço nenhuma garota que escreve em diário, pra ser sincero. Então vai saber." "Eu não sou esse tipo de garota." Ele acreditou nela. Na época não se conheciam tão bem. Ele não sabia que 80% das vezes ela só estava esperando você virar as costas pra dar uma risada. "Então quer dizer que não tem nada escrito aí sobre mim?' "Você se acha importante o suficiente pra ter algo escrito sobre?" Ele riu. Ela estava falando sério.
Agora ele duvida muito que esteja escrevendo qualquer coisa que não fosse sobre ele. Ela está usando um vestido, com um salto baixo, toda prática, e ele gosta. Mas isso é segredo.
Ela acha que ele a afeta mais do que ela afeta a ele. E isso a confunde, porque sabe, se o pós-feminismo provou alguma coisa é que os meninos sempre são os mais afetados. Ás vezes eles não são nem amigos, mas na maior parte do tempo ele é o único que entende a piada, então como ela vai desistir disso? Ela escreve por vaidade, como tantos, mas não mostra a ninguém, por orgulho. Escrutínio público não é seu modusoperanti. Ela age na surdina. Ás vezes ela quer mostrar pra ele tudo, ela acha que assim ele vai ficar realmente impressionado, que assim ela vai voltar a ter vantagem. Mas se não der certo ela vai estar arruinada, e isso tiraria a Terra de órbita ou algo. Ela acha que isso deveria ser um segredo, mas desconfia que ele já sabe. Uma onda de calor sobe pelo seus dedos do pé, como naquela vez que ele beijou seu pescoço. Bons tempos.
Eu odeio ficar gripada! Odeio, odeio, odeio. E não é nem aquelas gripes ultra-fortes que vc é forçada a ficar de cama, mas aquela que vc passa o dia inteiro tossindo e espirrando, mas sua cabeça ainda funciona e seu corpo, embora cansado, ainda colabora, então vc tem que ir pra aula. E sim, minha garganta irritou, eu fiquei semi-afonica e passei o dia inteiro, um dia relativamente quente inda por cima, de cachecol. E amanha eu nem vou poder sair... Finalmente uma balada que eu quero ir. Ódio!
Então, eu ia fazer um awesome post de como A Noviça Rebelde é awesome, mas é claro que o embed do youtube não quer colaborar. *Suspiro* Será que se eu usase Firefox ajudava? Anyways, entrem aí:http://www.youtube.com/watch?v=DToLbYBStgs&feature=related