domingo, 10 de junho de 2007

Não fazem musas pop como antigamente

Eu, de castigo em casa por causa da minha gripe, acabo (bom, faz algumas horas) de assisitir a final da sexta temporada de american idol, que by the way, a sony nem falou que ia ser hoje, e resolvo escrever sobre a awesome Kelly Clarkson que cantou 3 (três) músicas no show.
Tá, eu sei que faz pouco tempo que eu escrevi aqui pagando mó pau pra ela, mas prepare-se porque dessa vez vai ser bem pior. O que eu posso dizer, ela me inspira.


Minha idéia inicial era comentar sobre como parece que todas as músicas dela são sobre sofrimento ou raiva bem-humorada, afinal a nova música de trabalho dela, que ela cantou no AI essa noite, Never Again é sobre como ela dá graças a Deus por ter terminado com um cara ae e literalmente joga na cara o quanto que ele sucks. Só que bem diferente de Since U been gone, essa canção não tem absolutamente nada de humor, é simplesmente raiva cantanda e gritada em alto e bom som e foda-se quem se sentir ofendido. Pra resumir, rocks.
Vou ser sincera, não é tão bem trabalhada quanto alguns dos hits anteriores, mas é nisso que se resume seu charme. Ela chega a ser quase punk rock.
Acho que nem todo mundo vai amar cofRafaelcof, mas ela soa mais sincera do que a maioria das coisas que a industria pop manda pra gente.
Vou colocar o video da apresentação abaixo, mas se der, vejam só depois do texto inteiro:





Qual não foi minha surpresa quando, pesquisando, eu descubro sobre os problemas que cercaram o novo album dela e como tudo faz muito mais sentido agora no universo Idol.
Pra começo de conversa, eu lá assistindo a final, a Kelly já tinha cantado algumas coisas, a Bette Midler(!) também, entre outros, quando surge na minha tela a múmia paralitica do Clive Davis.

Talvez esse nome não signifique nada pra pessoas não viciadas em AI, mas ele é o velhinho que, impossivel ele ter menos de cem anos, controla a RCA, a gravadora que lança os cds dos Idols vencedores.
A aparição dele não é novidade nenhuma, quase todo evento especial de AI ele aparece, pra falar basicamente quanto dinheiro ele anda roubando dos artistas do progama.
O que eu achei estranho foi que basicamente ele falou que o cantor é o menos importante, o que dá dinheiro são as composições. Entre isso, ele falou bem da Fantasia, do Ruben, do Taylor e dos compositores de músicas como Breakaway e Since U Been Gone. Nem lembro se ele comentou o nome Kelly Clarkson.
Aí ele deu um prêmio inventado pra Carrie (a segunda Idol mais famosa por lá) por ela ter conseguido vender 6 milhões de cds nos EUA. O que é ridiculo, primeiro, porque o prêmio é inventado, e segundo porque esses 6 milhões nos EUA vão ser os únicos discos que ela vai vender, já que ela não tem mercado internacionalmente, country pop dificilmente vende fora dali. Tipo a Kelly vendeu, só no Breakway 15 milhões de discos pelo mundo.
Mas até então eu não sabia o porque do comportamento do velhinho lá.

A história resumida é a seguinte, o Clive tem uma bronca com a Kelly porque ela resolveu que o terceiro cd dela ia ser composto só por músicas de sua autoria ou que ela tivesse co-escrito e que ela ia fazer um álbum do jeito que ela quisese, com o máximo de controle artistico possivel e estaria recusando suas sugestões. Dizem as más linguás que a história vem de longe, Clive detestaria Because of You e faria piadas com a música constantemente. Mas isso não é tudo (ha, tô parecendo repórter de fofoca), Clive e Kelly aparentemente tiveram uma briga verbal em que Clive disse que o cd é horrivel e vai fracassar imensamente. Aparentemente os executivos da BMG ofereceram 10 milhões de dólares pra Kelly, caso ela se livrasse de cinco músicas do cd e gravasse coisas mais comerciais. Ela recusou.
Tudo isso porque o sr Davis tem cem anos de indústria e ainda é do tempo em que cantores e principalmente cantoras não metiam o bedelho em coisas como qual música eles iam cantar. Eles ouviam e pronto.

Meu, a menina quer fazer um cd conceitual. Sabe o que eu penso quando ouço conceitual? Pink Floyd! É, velho e genial assim! E quer saber, tudo o que ando ouvindo falar é que o négocio é bom, é dark e que principalmente é maduro. E ela cantou Sargent Peper com o Joe Perry! E foi demais!
Assim que chegar eu vou comprar, nem me importo que não seja tão bom assim, só pela rebeldia por trás já vale a pena. O sistema está sujo e nos temos a chance de quebra-lo. Nunca pensei que Kelly Clarkson seria uma palavra de ordem mas a vida nos surpreende.
Abaixo vão alguns artigos sobre o caso e uma entrevista grande porém que vale a pena. Se deliciem e pensem sobre isso:

http://www.realitytvworld.com/news/report-clive-davis-kelly-clarkson-dispute-causing-internal-rca-strife-5277.php

http://www.realitytvworld.com/news/kelly-clarkson-calls-rca-song-referrals-for-new-album-insulting-5195.php

http://www.elle.com/coverstory/11273/kelly-clarkson.html

E por último, uma dessas diversões youtubianas que eu adoro:





Mais punk-rock impossivel.



9 comentários:

Unknown disse...

Bom, o que eu tenho a dizer:
O Pop é podre. Aliás, olha o nome: Pop. Ouse e você corre o risco de não agradar. Quem não agrada não é Pop.
***
Mas, isso não quer dizer que eu não respeite a Kelly Clarkson. Tudo bem, vai, se ela estiver fazendo isso aí mesmo (não sei, eu tô aceitando tudo passivamente), bom, she rocks! E não há dúvidas de que ela tá bem melhor ultimamente, se comparar com a melosa Because of You. Oah! E que progresso!
Todo artista tem direito de lutar pelo seu espaço. Como artista, não como fantoche... Palmas pra ela.
***
Agora, Green day também... aí fica tenso! ¬¬
***
Quanto à álbuns conceituais. Sério, pode até me bater... Mas o que é a Maria Rita? Ela própria escolheu cada uma das músicas, ela assumiu uma roupagem instrumental que estava completamente em desuso na mídia (a camerística),e, como se fosse pouco, a mulher inventa de gravar um álbum orgânico, com gravações de faixas simultâneas.
Made in Brazil e muito mais revolucionário.
A Kelly eu chamaria mais de... hum... lutar contra a maré. Fez a fama, deitou na cama, percebeu que estava no lugar errado; e agora está tratando de se encontrar. Talvés no futuro ela tenha cartaz para começar algo revolucionário. Sério, tenho fé nela. Mas não. Ainda não é isso.
***
Bom, penso eu...

Unknown disse...

mas eu gosto de deixar claro que quando eu faço esses comentário é pq eu pressuponho que vc vai entender e não levar pro lado pessoal.
Eu sei que a gente sempre se entende mesmo discordando.
E eu sei que você sabe disso também.
É aquela coisa assim, Deus no céu e Tereza na Terra. E o Rafael pra meter o bedelho.
Vice e versa.

Renata disse...

Na verdade eu venho refletindo muito no que é "pop" e "comercial" e "fabricado" e "blá blá para agradar as massas", enfim. Eu não acho que Pop é podre. Eu estou criando na minha cabeça que todos nós possuímos o direito de gostar e desgostar do que bem entendemos, contanto que conheçamos bem esse ahm... objetos. Eu discordo do Rafael quando ele diz que Pop é podre. Eu estou gostando muito por exemplo do Justin Timberlake (eu adorei Sexy Back, My Love e What Goes Around), me agradou por assim dizer. Mas o Rafael entende bem de música e se ele não gosta de Pop o direito é absolutamente dele.
Eu por exemplo, como todos vocês sabem, detesto Machado de Assis. Mas eu li 3 livros dele antes de sair reclamando por aí. Acho que tudo é válido hoje em dia, não é obrigação de ninguém amar Chico Buarque ou Bernardo Bertolluci. Você conheceu, não gostou? So what? Mas aí você assistiu uma triologia hollywoodiana comercialíssima e caríssima no cinema, entendeu a trama, compreeendeu o que estava assitindo e amou.. So what também? Acho que o problema é que a arte exclui a arte. Quero escrever mais sobre esses meus pensamentos depois, não sei se fui muito clara...


E Tê, a Bette Midler é cantora e atriz, ele fez muito sucesso na Brodway antes de ir pro cinema =]

Renata disse...

Eu ando repetindo frases por aí, é sequela do vestibular... Fui redundante duas vezes nesse post...

Unknown disse...

XD eu só percebi como tinha ficado grande depois que enviei...
Não, Emmanuel é um espírito de luz, ele tem muitos livros publicados "através" do Chico Xavier =]

Unknown disse...

O.o opa, cris sou eu, a renata!

Unknown disse...

Renata, quando eu digo que o pop é podre eu não me refiro à qualidade musical. Eu gosto de pop também. Mas existe o "por trás dos panos" e lá, acredite, só pode ser podre.

Pri disse...

Pop é podre, mas eh legal. E eh isso o que importa.

O Rafael não me ama maaaaaais, nem me deu presente no dia dos namorados!! Passei o dia inteiro aguardando as tão esperadas flores e... nada! Será que eu pulo da janela?

Pri disse...

E amantes lésbicas não dão presente de dia dos namorados não?