quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Cause I can make hot, make you stop, make you wanna say my name, girl


I can´t wait to fall in love with you

Na verdade foi o brilho do olhar dela, prestes a chorar, que me fez parar e prestar atenção. A idéia de querer consolar alguém sem segundas intenções, era nova e excitante.
Ofereci meu lenço, ao lado da fonte do jardim, mas ela não deve ter entendido meu sorriso bobo e irrestrito, desprovido da mistique e charme tão bem lapidados durante toda a minha existência.
Quando ela tocou minha mão, devolvendo o lenço, cheguei a conclusão que valera a pena.

You can´t wait to fall in love with me

Ela relutou em montar comigo. Dizia que por mais que tivesse domado mais de meia dúzia de éguas enquanto crescia na fazenda, não era certo uma moça direita sair cavalgando por aí, com um cavalheiro que ela mal conhecia.
Ela me chamar de cavalheiro me fez rir e ficar mais determinado.
Levei meu alazão, Bola-de-Neve pra conhece-la e foi amor à primeira vista.
Foi uma tarde extremamente agradável, entre os dois. Eu fiquei basicamente sentado na varanda, contando teias de aranhas do teto até eles voltarem do, longo, passeio. Dezessete.
Mas o olhar de pura adoração que ela me lançou, depois de ter, finalmente, voltado, me agradecendo por ter podido montar tão nobre animal, me disse que eu faria tudo novamente.

This just can´t be summer love, you´ll see

Minha mãe não gostou da nossa amizade, afinal ela era uma camponesa, como muitas outras antes, e deveria ser só um passatempo, nada de longas tardes quentes e preguiçosas passadas juntos, apenas sobre biscoitos e suco e conversas sobre raças puras. Nada de passeios de barco no lago da cidade, ou cochilos embaixo de árvores, enquanto ela lia poesia e afagava meus cabelos.
Sem classe, ela dizia, sem berço, sem inteligência, quanto tempo você acha que vai aguentar sem se entediar com ela.
Pra sempre, eu respondia, e quando via o rosto dela, sorrindo pra mim, quando entrelaçava meu braço, eu sabia que dizia a verdade.

Come on baby, please, I am on my kness

Demorou cinco semanas de corte até ela aceitar ir a um dos bailes comigo.
Iríamos montados no Bola-de-Neve. Eu até tinha oferecido selar outro cavalo mas, corando, ela tinha dito que estava tudo bem, Bola-de-Neve era forte o suficiente para carregar nós dois de uma vez.
Transbordando de alegria, me ajoelhei, oferecendo minha perna para que ela subisse na sela.
Durante o caminho todo ela me provocou dizendo que não sabia que seria tão fácil me botar de joelhos.
Eu não me importei, sabendo que naquela noite eu iria traze-la de joelhos também.

This just can´t be summer love

Depois de três meses ela me disse que vai embora. Vai viajar de barco com o pai, que barco seria esse ela não me diz. Temo que a minha mãe teve alguma coisa a ver com isso.
Eu digo que a gente pode fugir, passar um tempo fora, fingir que tivemos uma pequena morte. Ela olhou pra mim e tentou não rir na minha cara.
É uma conversa racional, cheia de nunca ia dar certo,nós somos muito diferentes e nossos pais se odeiam. Eu penduro minha cabeça em desolação e tento mais uma vez.
Mas você não entende, apelo, eu nunca, nunca foi assim. Eu nunca senti... Você não pode simplesmente ir.
Ela me olhou com compaixão, pegou minha mão e tirou minha luva. Beijou o dorso da minha mão, como se fosse um cavalheiro. É a primeira vez que ela realmente beija um pedaço da minha pele.
Não, eu quero dizer, mas não digo. Nós dois nos damos as costas e vemos o ultimo sol do verão morrer.






7 comentários:

Renata disse...

Bola-de-Neve? Sempre imagino hamsters quando escuto esse nome O.o


Summer love... Yeah, I never had one XD

la texana disse...

e é um nome completamente sem sentido, porque alazões não podem ser brancos, só meio que me veio na cabeça, que um playboyzinho do séc, sei lá, 17, 16, ia achar lindo, maravilhoso. playba...


ha, I had.

Unknown disse...

"A idéia de querer consolar alguém sem segundas intenções, era nova e excitante".

Essa frase foi tipiow, a melhor! (apesar de vc ter separado sujeito e predicado...)

Eu já falei que os seus últimos textos tão melhorando progressivamente né? Pois é.

Unknown disse...

então, alice: eu gostei pelo nonsense. não odiei como você não (apesar de concordar plenamente que a alice é uma criança completamente sem objetivos). mas também não é lá essas coisas. não amei como o flávio.
foi bom de ter lido.

la texana disse...

nossa eu sou a pior do mundo em gramatica, se algum dia eu consegui escrever um livro eu vou precisar de um editor ultra craque nessas coisas.

Marilyn disse...

Nice blog. Keep up the good work. Cheers:-)

Unknown disse...

nada! todos escrevemos errado...