terça-feira, 29 de maio de 2007

Interruzione

Tinha nascido diferente. Na verdade tinha nascido quase igual. Dois olhos? Check. Uma boca? Check. Todos os membros? Hehe, check. Dez dedos? Bom... Bom o que? Tecnicamente todos os dez dedos estavam lá, mas havia um, um que era especial, um que era diferente , um que era...

-Porra, não vai começar a contar a história do menino do dedo verde!

O o-que-na-onde?

-Sabe, a história do menino do dedo verde. Que tudo que ele plantva crescia, e ae o mundo fica todo verde ou algo assim.

Ahhhhhh, não.

-Não? Ih, foi mal então.

Hum, hum, voltando, então havia um dedo especial. Era um dedo mais fino, esbranquiçado, quebradiço, que não se encaixava numa mão deveras forte

-Já sei! É a história dos sete anões e os dedos são metáforas, certo? Aposto que o tal dedinho frágil é o Dengoso. Sempre achei ele meio bicha.

Mas como seria a história dos sete anões se são dez dedos?

-Isso, hã, é, não faz sentido.

Era um dedo quebradiço, que sempre estava protegido por luvas ou talas. Até que um dia, não suportando o sufocamento, ele caiu.

-Ahá, três porquinhos!

Again, é só prestar um pouquinho mais de atenção, dez dedos! Pô, vai me deixar contar ou não?

-Claro, uai, a história é sua.
Depois que o dedo caiu, seu dono, aquele quase igual, entrou em desespero e decidiu procurá-lo.
-Bela Adormecida!
Em cada cidade que ele passava perguntava por seu dedo, mas as notícias eram escassas.
-Arthur e os cavaleiros da távola redonda!
Já estava perdendo as esperanças quando, numa cidade costeira encontrou um velho mago que dizia saber onde se encontrava o apendice perdido.
-Hum, isso está me cheirando à Metamorfose, do Kafka.
Ah, quer saber? Desisto.

-Hey, peraí, onde você vai? E a história? Vou te contar, esse povo sem compromisso é foda.





ps: Eu TO VOLTANDO PRA CASA.

4 comentários:

Pri disse...

E de todas as histórias surge a nossa ;)



Voltando pra casa?

Unknown disse...

menina, que bafão!
hahahhaa

la texana disse...

essa história (ha, história de novo) ela parece meio boba e eu escrevi ela pra ser boba, mas ela é uma crítica a tantas coisas que eu acho que ela acabou ficando profunda. e é uma homenagem também, a pri sacou isso. acima de tudo, acredito eu, é uma auto-critica, sabe, de não saber levar as coisas na brincadeira, e não respeitar algo por simplesmente ser. é repetitiva intencionalmente mas isso dá leveza, ao inves de atrapalhar, pelo menos acredito eu. que estranho, essas coisas só vem a mim agora, e eu que escrevi, é só, brah, a esquizofrenia da vida. tinha saudades e angustia quando descobri-a, poém um alivio profundo se apoderou de mim depois que tomou forma. não sei, acho que to meio down agora, meu proximo post deve refletir isso. sério, ignorem, nem faz tanto sentido assim, só queria falar com alguém.

Renata disse...

Para mim, parecia que alguém estava tentando contar uma história pro Rafael XD

Não saquei muito bem, vou perguntar pra pri depois..

Como assim voltando pra casa??