segunda-feira, 9 de julho de 2007

E a hora mais escura é logo antes da Aurora

e ae, alguém já viu fanfic de novela? Pois eu escrevi uma. Quase uma continuação de Território, só que esse é usando os personagens da novela mesmo. Essa história já está comigo a muito tempo, mas finalmente consegui escrever o final. Ficou bem diferente da minha proposta inicial, mas fazer o que.


Ela gostava contra o armário. Todo o peso de seu corpo sustentando pelos braços fortes dele. Nenhuma peça de roupa retirada, apenas a saia levantada e a calcinha pelos joelhos.
Ele ficava de cueca samba-canção branca. E óculos. A beijava, o ritmo de sua língua imitando o dos quadris . Suas costas ficariam doloridas depois mas ela não se importava, a lembrança seria agradável.
Cravava as unhas nas costas dele e sempre se impressionava em como aquele paspalho desengonçado era tão sólido ao toque. Não havia confusão ou atrapalhamento em seus movimentos, apenas precisão. Precisão era bom.
Era tudo muito rápido, intenso e fácil de fingir que nunca aconteceu. Mas daquela vez ele abraçou por mais tempo, beijou seu pescoço, seus olhos, sua boca, não com a violência costumeira, mas gentil e profundamente.


-Gorda assanhada.
Ele adorava ver como a afetava. Era tudo um jogo na verdade. Ele jogava insultos, aqueles eram seus favoritos, com a voz mais rouca e sexy que possuía, e ela fingia ficar ofendida.
Pelo menos costumava ser assim. Atualmente ela mal escondia a antecipação. Um sorrisinho de lado teimava em estampar seu rosto pelo resto do dia.
Eles já estavam treinados, quanto mais insultos, não-beijos e olhares de soslaio houvessem, melhor seria depois.
Ele tinha um estilo diferente do dela. Sempre deitado, de preferência numa cama e, na medida do possível, lento, ele no controle. Tirava o mais vagarosamente possível a roupa dela, e a sua, e se ela fazia menção de se cobrir segurava seus pulsos gentilmente e lhe dizia ao pé do ouvido:
-Você é linda, minha gorda assanhada.
Nunca um insulto se confudira tanto com uma declaração de amor.


O resto do tempo eles agiam normalmente, eram amigos, melhores amigos, e melhores amigos não tem esse tipo de sentimento. Fingiam não sentir ciúmes. Ela era péssima, honesta demais, não conseguia disfarçar. Ele era bonito, por mais paspalho que fosse, e ela sabia. Estava sempre pendurada em seu braço, possesiva.
Ele fingia melhor, mas teve aquela vez em que ele socou aquele cara. Só ele podia chama-la de gorducha, só ele. Ela não podia evitar de sorrir com a lembrança, e quase sempre o atacava, puxando para um quarto qualquer, deixando a porta semi-aberta. A possibilidade de serem pegos era o mais excitante e dava uma desculpa para a rapidez.
Mas uma vez foi ela que não o soltou. Foi ela que com uma expressão quase tímida, incerta, perguntou no pescoço dele:
-Você sabe que é brincadeira, né? Você sabe que eu não te acho um paspalho de verdade.
Os olhos dele trancaram nos dela, arregalados de espanto.
-Você, você sabe que eu te amo, não é?
Ele relaxou aos poucos e abriu um sorriso imenso.
-É claro que eu sei, minha gorda. Agora, que tal fechar a porta?

3 comentários:

Pri disse...

É engraçado como cada um de nós tem um estilo diferente de escrever. É como uma segunda impressão digital.

Gosto do seu estilo.

la texana disse...

oh, que bonitinho, brigada. eu costumo escrever como eu falo, principalmente quando escrevo dialogos. e só pra comentar antes que alguém faça, eu pus até um lhe no meio da história. pra pagar minha lingua.

Unknown disse...

"lhe" é necessário. ;]
e, realmente, seu forte são os diálogos. =D
eu me sinto tão... paspalho (hahaha) escrevendo diálogos. O.o